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Paciente do Hospital de Base pede socorro a vizinhos minutos antes de morrer


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Um relato de desumanidade e descaso com a paciente Luciene Gomes, internada em trabalho de parto no Hospital de Base Ary Pinheiro, e que veio a óbito, foi denunciado por vizinhos que acompanharam todo o drama da paciente. Os amigos receberem vários áudios e fotos enviados de dentro do hospital com pedidos de socorro. Segundo os vizinhos, ela denunciava que iria morrer, pois os médicos se recusavam a fazer a cesariana que o seu caso exigia.

Após ocorrido, na tarde desta quinta-feira, 31, duas vizinhas que acompanharam todo o drama de Luciene, e ainda tentaram intervir para salvar a parturiente, registraram uma ocorrência policial (nº 136037/2019) relatando: “outros crimes resultantes em morte (Consumado) relevância criminal. Data do fato 30/07/2019, como vítima Luciene Gomes, autor do fato Hospital de Base Ary Pinheiro”.

Maternidade Municipal

Consta no boletim de ocorrência que na quarta-feira, 28/7, por volta das 20 horas, a senhora M. M. N. R. acompanhou sua vizinha Luciene Gomes até a Maternidade Municipal Mãe Esperança, pois a mesma já se encontrava em trabalho de parto. Da Maternidade Municipal, ela foi transferida em uma ambulância do Samu para o Centro Obstétrico do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro.

Ainda segundo o boletim de ocorrência, ao chegar ao Hospital de Base, Luciene Gomes recebeu atendimento médico e, em seguida, por determinação do especialista, ela teria sido liberada para voltar para sua residência.

Negligência

Na ocorrência policial consta também que as senhoras M. M. e M. I., amigas da paciente, insistiram para que não fosse realizado parto normal, pois a parturiente já tinha apresentado problemas desde o seu primeiro parto, portanto ela precisava ser submetida a um procedimento de cesariana.

Mesmo sendo informados da situação, segundo consta a denuncia feita à polícia, os médicos não deram o devido atendimento e ela veio a óbito.

As duas senhoras afirmaram ainda à policia que imploraram para que fosse dado um melhor atendimento a Luciene Gomes, pois a mesma estava sofrendo muito. As duas amigas da vítima acreditam que os médicos negligenciaram no atendimento à parturiente, tanto que a mesma veio a óbito.

A família e os vizinhos estão revoltados, pois, de acordo com eles, a morte da grávida foi uma clara negligência médica, uma omissão de socorro dentro do Hospital de Base.

Cesária

De acordo com eles, causou estranheza a atitude dos médicos, pois a paciente já tinha sido transferida da Maternidade Municipal para o Hospital de Base, certamente porque o caso dela era  grave e necessitava de atendimento de urgência. “Todavia, a equipe médica se recusou a fazer a cesariana, o que teria causado a morte da mulher em trabalho de parto”, declarou um dos familiares da vítima.

Fotos/documentos/áudios

Além de documentos e fotos, a paciente enviou de dentro do hospital vários áudios, como os cinco a seguir, em degravação livre, nos quais, em desespero, ela pede ajuda pelo aplicativo WhatsApp às vizinhas, pois ela tinha certeza que os médicos iriam deixá-la morrer sem fazer a cesariana.

Num deles ela diz: “Ah não, vai lá me salvar pelo amor de Deus”. Em outro: “Não dá certo eu fugir daqui não vou conseguir”. E num terceiro áudio: “Eles conseguiram me colocar aqui dentro para me matar”. Em outro ela diz: “Avisaram até lá portaria pra ninguém entrar” e no quinto, ela afirma: “Vizinha ela fazer a denúncia logo porque já tô ficando roxa a minha mão e tô me tremendo todinha já”.

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